quarta-feira, 4 de junho de 2008

Testemunho - Porque coloco Tefelin?


por Max Reichhardt
Resposta

Meu caminho até colocar tefilin foi longo e tortuoso. Mesmo agora, quando olho para trás para contemplar minha jornada, não está claro por que eu viajei dessa maneira.

No lar de minha infância nós guardávamos os Grandes Dias Festivos, Pêssach e Chanucá, e eu freqüentava uma escola ortodoxa durante o dia. Minha família guardava o Shabat ‘a sua maneira e não era casher. Todos os meus amigos eram judeus. Jogar futebol e acompanhar as discussões entre Palmeiras e Corinthians eram minhas paixões, e memorizar os acontecimentos do esporte era um estudo que me agradava.

O estudo de hebraico era obrigatório para meu bar mitsvá, para satisfazer meus pais e professores, sem que eu entendesse muito bem o significado do texto, porém, esta experiência me manteve um pouco distante de minhas raízes judaicas por décadas.

Quando adolescente, porém, conheci minha futura esposa, uma pessoa religiosa e instruída assim como eu. Mais tarde, um rabino conservador oficiou nossa cerimônia de casamento. Mas colocar tefilin não me teria ocorrido naquela época.

Depois do casamento, nosso lar não era casher, embora não entrasse alimentos proibidos como a carne de porco, camarão etc.. Formei-me em odontologia ajudava a criar uma família com dois filhos maravilhosos, e terminei por tornar-me bem-sucedido como dentista e acadêmico, fazendo pesquisa, ensinando e atendendo a pacientes.

No decorrer do tempo, minha vida aos poucos achou uma brecha para buscar uma conexão com minhas raízes judaicas.

Aos 40 anos, desenvolvi uma inexplicável necessidade de ir a busca de algo mais.
Descobri que o estudo da Porção Semanal da Torá tinha um significado para mim. Passei a freqüentar, encontros e aulas judaicas. Um dos rabinos contava histórias místicas, especialmente aquelas de Rabi Nachman de Breslav. Elas muitas vezes me deixavam com vontade de aprender mais sobre Deus, uma ânsia que me surpreendeu pela sua persistência.

Ao aprender mais, comecei a entender que estava confrontando assuntos importantes em minha vida. Estava conquistando meus objetivos de longo prazo na vida: familiares, profissionais e econômicos. Contudo, sentia que algo importante estava faltando. Tinha um senso de que minhas aspirações não eram suficientemente grandes. Eu precisava criar uma nova estrutura de vida para mim. Decidi reconcentrar minhas energias utilizando um novo conjunto de valores para orientar-me no sentido de viver uma vida mais centrada em D'us e na minha familia.

As novas idéias eram muito atraentes, e descobri-me considerando que o judaísmo era notavelmente enriquecedor. Aos poucos, conforme aumentava meu conhecimento, fiquei mais disposto a aproximar-me de Deus por meio do estudo, que tanto apreciava. Mas praticar um ritual diário de prece formal era o que menos me interessava. Eu tinha desenvolvido minha própria prática diária de meditação e prece.

No entanto,comecei a entender que havia um caminho bem traçado para mim, que os judeus tinham utilizado por milênios, para viver uma vida com um sentido mais profundo. Tornei-me consciente de que colocar tefilin era parte disso, e comecei a considerar o cumprimento dessa obrigação delineada na Torá como uma maneira de aproximar-me de D'us.

Pouco antes de Pêssach de dois anos atras, aprendi que era uma ocasião especialmente favorável para "passar" sobre obstáculos a fim de atingir novas alturas espirituais. Ao estudar a Porção Semanal da Torá (Shemot 13:9), de repente percebi que o mandamento de Deus articulado por Moshê para que os judeus colocassem tefilin incluía a mim. Lendo esta Porção da Torá durante anos, eu de certa forma jamais entendera que a ordem também era dirigida a mim, não apenas para o povo judeu no deserto. Estava claro que o texto da Torá não tinha mudado, mas eu tinha.

Esse senso de ser comandado, junto com os ensinamentos da Rachel, de que esta era uma ocasião especial na qual eu era ordenado a "saltar" obstáculos, tornou minha má vontade anterior de colocar tefilin em desacordo com minha nova visão sobre a vida.

Isso era diferente da desconcertante exigência do rabino de minha infância, que dava a impressão de que eu deveria colocar tefilin para ele; agora eu colocaria tefilin simplesmente porque isso me fora pedido por uma Autoridade Maior.

Colocar tefilin e recitar as preces matinais, além de minha corrida e estudo todas as manhãs, continua a aproximar-me de uma vida dimensionalmente maior, mais significativa numa conexão diária e eterna com Deus.

Extraído do site: http://www.shalom.org.br/

Dúvida, comentário e sugestão, envie e-mail para: hassid.18@hotmail.com

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