quarta-feira, 25 de junho de 2008

Como contar às pessoas sobre a sua conversão ao judaísmo


Não há uma resposta correta à pergunta de quando contar às pessoas sobre a sua decisão de se converter ao judaísmo. Nesta seção será discutido o modo de contar aos seus pais sobre sua intenção de se converter, embora essas idéias gerais valham também para o caso de você decidir contar sobre a sua conversão para outras pessoas.

A maneira de abordar o assunto varia bastante. Alguns escrevem uma carta. Outros conversam durante o jantar. Outros ainda dão dicas, como presentear com livros sobre judaísmo, a fim de permitir que os pais se acostumem com a idéia da conversão. Há ainda aqueles que jamais contam aos pais.

Um conselho é você consultar o seu (sua) parceiro(a), um rabino ou um amigo de confiança que lhe ajude a decidir qual é a melhor forma de abordagem no seu caso. Esta sessão é um resumo dos pontos de vista de várias pessoas com experiência neste assunto. No entanto, não leve essas sugestões como se você tivesse necessariamente que seguí-las. Você precisa, acima de tudo, confiar no seu próprio julgamento. Só você sabe qual é situação. Aqui vão, então, as sugestões:

(1) Reflita sobre os seus sentimentos. Converse sobre eles com alguém. Pratique como se fosse um ensaio para o momento em que contará aos seus pais.

(2) A maioria dos especialistas considera que o melhor é contar pessoalmente para o pai e a mãe juntos. Por outro lado, esse é o momento que muitas pessoas consideram o mais difícil. Se isso não for possível, pense em alternativas.

(3) O melhor é contar aos seus pais o mais cedo possível. O perigo de adiar esse momento — como por exemplo só sugerir o tema de vez em quando mas não contar diretamente — é o risco dos seus pais virem a saber da sua conversão por meio de terceiros, o que poderá causar constrangimentos ou conflitos familiares. No caso de um casamento estar nos planos, o ideal é contar aos pais o mais cedo possível e permitir que eles participem da preparação para o casamento. Essa participação reforça que você não os abandonará após a sua conversão.

(4) Não há um momento certo para contar, mas certamente um anúncio dessa natureza não deve ser feito durante dias de óbvio significado religioso, como na Páscoa ou no Natal, tampouco em uma data de importância pessoal como no aniversário do seu pai ou da sua mãe.

(5) Entre os especialistas consultados há opiniões diversas se a pessoa deve levar ou não o parceiro judeu para essa conversa. A maioria deles disse que era melhor que fosse somente uma conversa entre pais e filho(a). No entanto, há quem precise do apoio e auxílio do seu parceiro para esse momento potencialmente difícil.

(6) Ao contar sobre a sua conversão para os seus pais, explique o que lhe atrai no judaísmo, como o judaísmo preencheu uma necessidade em particular, como ajudou na sua relação afetiva, e como agora você se sente mais próximo(a), e não mais distante, dos seus pais, em parte graças à ênfase do judaísmo na família. Deixe claro que você escolheu se converter livremente e que a conversão não se deve a uma pressão emocional do seu parceiro ou da família dele. A apresentação das suas razões deve vir acompanhada da garantia à sua família de que o seu amor por eles permanece, de que você obviamente continuará sendo filho(a) deles e que seguirá sendo parte da família. Alguns pais sentem-se rejeitados; por isso é fundamental esclarecer que não é esse o caso.

(7) Esteja preparado para uma gama de reações, do apoio ao choque, e até mesmo a plena reprovação. Mantenha a tranqüilidade, demonstre compreensão diante de qualquer resistência à sua idéia de se converter, mas defenda suas convicções. Seja cortês, mas firme.

(8) Após a visita, dê continuidade à conversa por meio de uma carta ou telefonema.

A imensa maioria dos convertidos entrevistados relataram que receberam apoio da parte dos seus pais, ou alguma resistência inicial seguida de apoio. Contudo, houve casos de resistência persistente.

Mesmo que seus pais rejeitem a sua conversão ao judaísmo, tenha em mente que a posição deles poderá mudar com o tempo. Contudo, busque o apoio no seu parceiro e dentro da comunidade judaica, sem deixar ao mesmo tempo de buscar constantemente manter um elo de comunicação com seus pais.

Acima de tudo, tente manter o bom humor, demonstre claramente seu amor aos que lhe são queridos, e a convicção de que se converter ao judaísmo foi uma decisão correta e consciente.



Créditos:

Texto adaptado do site em inglês www.convert.org com a permissão de Barbara Shair
Tradução: Uri Lam
Edição: Adriana Lacerda
Adaptação para o judaísmo brasileiro: Uri Lam

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Father Don't Cry

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Sites para consulta

THE NEW REFORME TEMPLE (EUA)
http://www.nrtkc.org/

COMUNIDADE HEBREA BEIT HA MADRIJ HILLEL
(Guatemala)
http://www.casahillel.com/

CONFEDERAÇÃO ISRAELITA PAULISTA (Brasil)
http://www.cip.org.br/

COMUNIDADE SHALOM (Brasil)
http://www.shalom.org.br/

CONGREGAÇÃO JUDAICA DO BRASIL (Brasil)
http://www.cjb.org.br/

JUDAÍSMO (Brasil)
http://www.judeus.org/


Carta aberta aos judeus por opção


Dr. Lawrence J. Epstein
(Este artigo foi publicado originalmente em outubro de 1994)

Queridos Amigos,

Nós que nascemos judeus precisamos de vocês.

Há cerca de 200.000 de vocês lá fora. Um em cada 37 judeus americanos é um judeu por opção em vez de um judeu de nascença. (1)

Muitos de vocês assumem papéis de liderança em suas congregações e organizações, tornam-se presidentes, líderes da juventude e professores em nossas escolas judaicas. Alguns de vocês, com silenciosa dignidade, são líderes em casa, onde transmitem a herança judaica com rara beleza. Vocês aprendem judaísmo com seus filhos. Mais de uma vez vocês ensinaram ao seu parceiro nascido judeu alguma nova reflexão sobre judaísmo. Alguns de vocês absorveram tão plenamente o judaísmo que vocês mesmos imaginam terem nascido acidentalmente na família errada. Outros de vocês vêem uma continuidade entre a sua identidade anterior e a atual. Alguns de vocês levam a sua nova identidade com uma alegria simples. Outros de vocês escrevem e falam eloqüentemente sobre suas viagens espirituais. Outros ainda falam por meio de seus atos, silenciosos e particulares, quando acendem velas, assam a chalá, rezam, visitam os doentes em um hospital local. Alguns de vocês, sob uma justificativa talmúdica, não querem ser lembrados da sua identidade religiosa anterior e, portanto, não acham justo serem chamados de convertidos ou de judeus por opção; outros de vocês não se preocupam com esta denominação e em geral a aceitam com orgulho. Eu espero que todos vocês me perdoem se eu me reporto a vocês como judeus por opção e não simplesmente pelo que vocês são: judeus.

Vocês têm o potencial para fazer, como grupo, uma contribuição histórica para a vida judaica. Nós, que temos exigido tanto de vocês, voltamos a chamá-los e pedimos ainda mais. Vocês podem mudar a vida judaica americana.

Sim, nós precisamos dos seus números. Vocês 200.000 e seus filhos se somam à nossa densidade demográfica [americana] e, desse modo, à nossa capacidade política e econômica. Vocês contribuem com as nossas comunidades, nos ajudando a sustentar nossas vidas comunitárias. Sim, nós precisamos das suas contribuições para caridade, precisamos de vocês como sócios, precisamos do seu tempo. Sim, nós precisamos que vocês sirvam de modelo para não-judeus casados com judeus, de modo que eles considerem a possibilidade de se converterem e, olhando para vocês, vejam isso como uma escolha positiva. Nós precisamos de vocês por todas essas razões prudentes e por tantas outras. Mas essas não são as razões que eu tenho em mente. Vocês podem fazer uma contribuição mais profunda, uma que é definitivamente espiritual.

O que nós precisamos de vocês? O que vocês podem fazer? Eis algumas sugestões. Eu espero que vocês as considerem e acrescentem muitas outras por conta própria.

(1) Nós precisamos que vocês nos contem as suas experiências. Precisamos ouvir as suas histórias. Houve um grande lapso de tempo na história judaica deste a última vez em que um grande número de pessoas se tornou judeu. Suas histórias tornam a conversão mais familiar para nós. Vocês nos remetem ao nosso passado, quando o judaísmo aceitava um número incontável de pessoas em seu meio e tinha orgulho disso, vendo nesse esforço um modo de cumprir o mandamento Divino de oferecer o judaísmo para o mundo. Vocês nos fazem recordar do nosso propósito universal, um que negligenciamos.

Por favor, contem-nos sobre a sua luta interna para decidir se o judaísmo era o caminho certo para vocês. Contem-nos sobre seus conflitos com seus pais, sobre seus encontros com algum de nós que lhe proferiu uma palavra ruim, sobre seus encontros com algum de nós que lhe demonstrou bondade. Nós precisamos ouvir sobre os seus medos secretos e sobre suas boas recordações que são difíceis de serem deixadas para trás.

Contem-nos por que vocês quiseram se tornar judeus. É extremamente importante para nós ouvirmos que há pessoas que escolhem voluntariamente aceitar uma identidade judaica. Nossas próprias identidades, tão frágeis como uma minoria na cultura americana, são fortalecidas através dessas escolhas; seus atos de escolher o judaísmo tornam ao mesmo tempo os nossos atos de permanecermos judeus mais fáceis e mais valiosos. Contem suas histórias às nossas congregações e organizações, para os nossos centros comunitários judaicos e grupos de jovens, para os nossos filhos nos colégios judaicos, e para os nossos pais nos grupos de terceira idade. Contem também as suas histórias para os seus amigos e familiares, para o mundo não-judeu. Se vocês desejarem, escrevam sobre suas experiências em um boletim congregacional, em um jornal local ou em um dos meios de comunicação judaicos nacionais.

(2) Aconselhem-nos. Contem-nos como podemos ser mais receptivos. Contem-nos o que podemos fazer em cada fase para tornar mais fácil a sua entrada e integração em nossa comunidade. Contem-nos como, juntos, podemos trazer ao conhecido do público que o judaísmo está disponível para aqueles que livremente o escolhem, que a conversão ao judaísmo é permitida, que qualquer um pode escolher se unir ao Povo Escolhido.

(3) Organizem-se. Falem como um grupo. Vocês podem desenvolver grupos de apoio para aqueles que pensam em se converter, que estão estudando para a conversão, e que completaram a conversão. Vocês podem monitorar casos em que os convertidos sofrem discriminação dentro da comunidade judaica e lutar para cessar com toda e qualquer discriminação. Vocês podem viajar juntos para Israel e mostrar para o povo e governo israelenses que os judeus por opção contribuem tanto com Israel quanto os nascidos judeus. Como um grupo, vocês podem pressionar a comunidade judaica a ser mais ativa em receber bem os convertidos. Vocês estão em uma posição singular para prover informação a não-judeus que estão interessados em aprender sobre judaísmo em geral, ou especificamente sobre conversão.

Há muito ainda para ser feito. Pode ser uma ironia, mas não obstante, é verdade que os judeus por opção podem prover um tipo de liderança estimulante capaz de revitalizar toda a comunidade judaica. Não fiquem tímidos. Não tenham dúvidas. Está na hora de entrar em ação. Obrigado.


(1) Calcula-se que cerca de 10.000 pessoas se convertam ao judaísmo todos os anos nos EUA. Portanto, em 2005 imagina-se que já são por volta de 300.000, ou 1 em cada 18 judeus americanos. (NT)


Créditos:

Texto adaptado do site em inglês www.convert.org com a permissão de Barbara Shair
Tradução: Uri Lam
Edição: Adriana Lacerd

*rabbi94@hotmail.com*
hassid.18@hotmail.com


quarta-feira, 4 de junho de 2008

O que está faltando em nossa comunidade? ... Você!


“Os judeus dependeram das sinagogas durante séculos como o lugar para o sustento espiritual e um senso de comunidade. Lá nós não só aprendemos as ricas tradições e a linguagem do nosso povo, mas também como preencher as nossas vidas com significado, para que todo e cada um de nós possa impactar o nosso mundo para o bem”.

Talvez você esteja pensando sobre fazer parte de uma sinagoga. Talvez você esteja esperando apenas a hora certa para fazê-lo
- quando você se casar...
- quando você tiver filhos...
- quando você precisar de um rabino...
- quando você puder contribuir financeiramente com facilidade...

Esperamos que você veja que sempre é a hora certa para participar. É exatamente disso que se trata: da sua conexão judaica!

A sinagoga – uma das mais antigas instituições do Judaísmo – continua suprindo as necessidades espirituais, comunitárias e educacionais de cada geração de judeus.

Cada sinagoga é única, com seu próprio caráter e cultura. Mas todas as sinagogas tem uma coisa fundamental em comum: elas são os centros da vida judaica da comunidade.

Uma sinagoga é um lugar especial porque ela nutre três coisas importantes que os judeus vêm procurado para si e para suas famílias, três coisas que introduzem na vida significado e realização. Comunidade, Estudo e Espiritualidade.

O valor da comunidade

“Não se separe de comunidade...”
Hilel, sábio judeu, século I A.C.

Beit Knesset significa “casa de reunião”, um centro onde os judeus se reúnem para formar uma comunidade. O Beit Knesset é o lugar para celebrar os acontecimentos do ciclo da vida com a família e os amigos; é o ponto de encontro para ajudar um ao outro em tempos de crise, para ajudar os que estão em necessidade ou simplesmente para reunir e encontrar novos amigos;

O valor do estudo

“A Torá é uma árvore da vida para aqueles que se apegam a ela, e quem a abraça é feliz. Seus caminhos são agradáveis e todos os seus caminhos são paz” Liturgia: Provérbios 3:17,18

Beit Midrash – significa “casa de estudo”, um centro onde os judeus se encontram para estudar. No Beit Midrash, os judeus estudam Torá, prece, história e as respostas judaicas para assuntos contemporâneos como justiça social, ética dos pais e muito mais. A maioria das sinagogas oferece uma grande variedade de oportunidades para intensificar as oportunidades de estudo para crianças e adultos. Portanto nós nos habilitamos para transmitir o nosso precioso legado de uma geração para a outra.

O valor da espiritualidade

“A minha casa deverá ser chamado uma casa de prece para todos os povos”.
Isaías 56:7

Beit Tfilá significa “casa de prece” um centro para tornar sagrado o tempo e o espaço. Obviamente, não é necessário que a pessoa esteja num Beit Tfilá pra vivenciar momentos especiais ou sagrados. Mas quando os judeus se reúnem para rezar, o individual fica conectado com o Divino e os membros de uma comunidade ficam conectados uns aos outros. Não há lugar melhor que o santuário da sinagoga para buscar e envolver o Senhor em nossas lutas e desafios, para se sentir paz e conforto.

Mitos sobre tornar se membro de uma sinagoga

Mito nº 1: “Não há lugar para mim... Eu nem sequer tenho certeza de que acredito em Deus.”

Sempre houve diferenças de opinião quanto a crença e prática em nossa tradição. O significado da palavra Israel é “lutar com o Senhor”. A sinagoga oferece um lugar seguro, um ambiente incentivador na qual podemos nos envolver nesta luta e explorar as nossas necessidades espirituais. Acima de tudo, a vida sinagogal oferece uma comunidade forte para te ajudar a manter a conexão com o Judaísmo e passar a tocha da Torá para as futuras gerações.

Mito nº 2: “sinagogas são apenas para famílias, não são para pessoas solteiras como eu”.

É verdade que as sinagogas tem muitas atividades familiares. Além de atividades para jovens e escola religiosa, muitas sinagogas tem grupos de mulheres, seminários de educação adulta, oportunidades de liderança, programas de justiça social, e, obviamente, vivências de culto. A tarefa da sinagoga é intensificar a sua conexão com outros judeus e com a sua procura pessoal de significado.

Mito nº 3: “por que eu deveria fazer parte da sinagoga agora? Meu filho ainda não está na idade estudar para o Bar Mitzva..”

Nunca é cedo demais para fazer parte de uma comunidade Judaica. Apesar de que com frequência nós pensemos que as sinagogas estão aí para “ensinar Judaísmo” para os nossos filhos, há muito mais. As sinagogas oferecem oportunidades contínuas de estudo, experiência, e gostam de estar conectadas a uma comunidade Judaica. Assim como para crianças, a maioria das sinagogas oferecem programas pré-escolares como um importante componente no desenvolvimento infantil. A sinagoga oferece um local seguro, motivador para ajudar o seu filho a desenvolver habilidades básicas, bem como para criar um ambiente judaico enriquecedor para ele e para você!

Mito nº 4: “custa uma fortuna fazer parte de uma sinagoga”

As sinagogas reformistas estão comprometidas com todos os judeus que desejarem ser parte de uma congregação. Um sábio judeu certa vez disse que “os Portões da Prece estão sempre abertos”. As sinagogas reformistas prometeram manter os seus portões abertos e inclusivos para todos. De mão em mão, junto com esta idéia vem uma outra, a de que “todos os judeus são responsáveis uns pelos outros”. É por esse motivo que os líderes sinagogais estabelecem uma estrutura de contribuições – para que os contínuos serviços e programas vitais possam continuar sendo oferecidos para toda a comunidade.

Ser parte de uma sinagoga durante a vida é uma prioridade para muitos; e nós esperamos que seja para você também. Para maiores informações contatem o rabino ou outro representante nos e-mail´s a seguir:

* (EUA) rabbi94@hotmail.com *
(Brasil) hassid.18@hotmail.com


Extraído do site: www.shalom.org.br

Testemunho - Porque coloco Tefelin?


por Max Reichhardt
Resposta

Meu caminho até colocar tefilin foi longo e tortuoso. Mesmo agora, quando olho para trás para contemplar minha jornada, não está claro por que eu viajei dessa maneira.

No lar de minha infância nós guardávamos os Grandes Dias Festivos, Pêssach e Chanucá, e eu freqüentava uma escola ortodoxa durante o dia. Minha família guardava o Shabat ‘a sua maneira e não era casher. Todos os meus amigos eram judeus. Jogar futebol e acompanhar as discussões entre Palmeiras e Corinthians eram minhas paixões, e memorizar os acontecimentos do esporte era um estudo que me agradava.

O estudo de hebraico era obrigatório para meu bar mitsvá, para satisfazer meus pais e professores, sem que eu entendesse muito bem o significado do texto, porém, esta experiência me manteve um pouco distante de minhas raízes judaicas por décadas.

Quando adolescente, porém, conheci minha futura esposa, uma pessoa religiosa e instruída assim como eu. Mais tarde, um rabino conservador oficiou nossa cerimônia de casamento. Mas colocar tefilin não me teria ocorrido naquela época.

Depois do casamento, nosso lar não era casher, embora não entrasse alimentos proibidos como a carne de porco, camarão etc.. Formei-me em odontologia ajudava a criar uma família com dois filhos maravilhosos, e terminei por tornar-me bem-sucedido como dentista e acadêmico, fazendo pesquisa, ensinando e atendendo a pacientes.

No decorrer do tempo, minha vida aos poucos achou uma brecha para buscar uma conexão com minhas raízes judaicas.

Aos 40 anos, desenvolvi uma inexplicável necessidade de ir a busca de algo mais.
Descobri que o estudo da Porção Semanal da Torá tinha um significado para mim. Passei a freqüentar, encontros e aulas judaicas. Um dos rabinos contava histórias místicas, especialmente aquelas de Rabi Nachman de Breslav. Elas muitas vezes me deixavam com vontade de aprender mais sobre Deus, uma ânsia que me surpreendeu pela sua persistência.

Ao aprender mais, comecei a entender que estava confrontando assuntos importantes em minha vida. Estava conquistando meus objetivos de longo prazo na vida: familiares, profissionais e econômicos. Contudo, sentia que algo importante estava faltando. Tinha um senso de que minhas aspirações não eram suficientemente grandes. Eu precisava criar uma nova estrutura de vida para mim. Decidi reconcentrar minhas energias utilizando um novo conjunto de valores para orientar-me no sentido de viver uma vida mais centrada em D'us e na minha familia.

As novas idéias eram muito atraentes, e descobri-me considerando que o judaísmo era notavelmente enriquecedor. Aos poucos, conforme aumentava meu conhecimento, fiquei mais disposto a aproximar-me de Deus por meio do estudo, que tanto apreciava. Mas praticar um ritual diário de prece formal era o que menos me interessava. Eu tinha desenvolvido minha própria prática diária de meditação e prece.

No entanto,comecei a entender que havia um caminho bem traçado para mim, que os judeus tinham utilizado por milênios, para viver uma vida com um sentido mais profundo. Tornei-me consciente de que colocar tefilin era parte disso, e comecei a considerar o cumprimento dessa obrigação delineada na Torá como uma maneira de aproximar-me de D'us.

Pouco antes de Pêssach de dois anos atras, aprendi que era uma ocasião especialmente favorável para "passar" sobre obstáculos a fim de atingir novas alturas espirituais. Ao estudar a Porção Semanal da Torá (Shemot 13:9), de repente percebi que o mandamento de Deus articulado por Moshê para que os judeus colocassem tefilin incluía a mim. Lendo esta Porção da Torá durante anos, eu de certa forma jamais entendera que a ordem também era dirigida a mim, não apenas para o povo judeu no deserto. Estava claro que o texto da Torá não tinha mudado, mas eu tinha.

Esse senso de ser comandado, junto com os ensinamentos da Rachel, de que esta era uma ocasião especial na qual eu era ordenado a "saltar" obstáculos, tornou minha má vontade anterior de colocar tefilin em desacordo com minha nova visão sobre a vida.

Isso era diferente da desconcertante exigência do rabino de minha infância, que dava a impressão de que eu deveria colocar tefilin para ele; agora eu colocaria tefilin simplesmente porque isso me fora pedido por uma Autoridade Maior.

Colocar tefilin e recitar as preces matinais, além de minha corrida e estudo todas as manhãs, continua a aproximar-me de uma vida dimensionalmente maior, mais significativa numa conexão diária e eterna com Deus.

Extraído do site: http://www.shalom.org.br/

Dúvida, comentário e sugestão, envie e-mail para: hassid.18@hotmail.com